Ao fim do jogo de hoje com a Holanda me veio a frase dita pelo narrador Sílvio Luiz sempre que a seleção brasileira sofre um gol. O meu sentimento hoje não foi de raiva como em 2006 quando tiver que ver Zidane e companhia dar um baile em nosso time e ver Ronaldinho Gaúcho cheio de sorrisos para os franceses. Mostrando, pelo menos pra mim, que aquilo era normal. Pra ele era somente mais um jogo. Hoje ao menos vi decepção, vi nas lágrimas de Júlio César hombridade, orgulho ferido, vontade de vencer, decepção por não ter conseguido fazer o que tanto fez durante os últimos anos. Defender o nosso gol de forma quase inacreditável.
O que vi hoje foi o fim anunciado de uma história sem brilho. Não quero ser engenheiro de obra pronta, mas apesar de muito torcer acordei com algo me dizendo que ficaríamos mais uma vez nas quartas de final.
Mentiroso!
Agora é fácil falar!
Depois que o jogo acaba até o Galvão fala isso!
Bradarão vocês...
Mas isso não era nenhum absurdo. Façamos uma pequena retrospectiva.
2006 - Zidane 1 x 0 Brasil - Dunga sem experiência como treinador é escolhido para técnico da Seleção.
2007 - Vencemos a Copa América em final contra a Argentina, Dunga já balançava no cargo.
2008 - Resultados bons contra equipes fortes e resultados ruins com adversários ruins, se não me engano perdemos para a poderosa Venezuela.
2009 - O estrago já estava feito e ainda ganhamos a Copa das Confederações, sobre a também poderosa equipe dos Estados Unidos.
2010 - Convocação para a Africa do Sul: Kaká como único jogador criativo no meio de campo, jogadores de pouca habilidade no setor, Gilberto convocado pra lateral esquerda por também jogar no meio, Doni, terceiro goleiro da Roma convocado pra mesma função na seleção deve ter ido por isso...não sei...o Brasil clama sem sucesso pelos meninos da Vila, que na minha humilde opinião deviam mesmo ficar em casa brincando de bola.
Feito isso, olhemos para nosso jogo com a Coreia do Norte, 2 a 1 foi muito pouco, quase nada, e o pior não foi a escassez de gols, mas sim a de criatividade, movimentação, infiltração, elemento surpresa etc. No confronto frente a Costa do Marfim vimos um time que veio pra cima, e aí meu amigos corneteiros, nadamos de braçadas, time com defesa ruim e que quer nos atacar era tudo que queríamos. Fizemos um jogo de comadres com nossos colonizadores e batemos os "locos" chilenos. Chegamos enfim ao fatídico 02/07/10 enfrentaríamos a Holanda, que nos bateu em 74, que batemos em 94 e 98 sempre com muita dificuldade. Particularmente, confiava em nosso retrospecto, mas como já disse, retrospecto só serve quando confirmado em campo. Enfim, o que vimos hoje em campo foi um time que não tinha capacidade para resolver problemas, apostamos nossas fichas em um jogador que vinha se curando de uma pubalgia e que só voltou a jogar nos amistosos contra Zimbábue e Tanzânia. Além disso jogamos com dois volantes fixos. Gilberto Silva sempre muito bem na marcação mas não é jogador de criação. Quanto a Felipe Melo, dispensa-se comentários. A defesa foi vítima do meio-campo e hoje, momento que cedo ou tarde chegaria, foi mal! Os atacantes pouco receberam bolas em condições de arremate.
De quem é a culpa? Bom, na minha sincera e humilde opinião, no futebol como na guerra a culpa por uma operação que não da certo é sempre de quem planeja. Logo a maior das culpas não é dos jogadores, mas sim de quem os convocou. Concordo muito com a afirmação de José Mourinho, " quando ganhamos, ganhamos todos, quando perdemos, perco sozinho", afinal de contas os jogadores jogam da forma como o treinador os pede. Logo...
Concorda? Não?
Cornete então!
sexta-feira, 2 de julho de 2010
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